terça-feira, 18 de setembro de 2012

PALESTRA LEONARDO BOFF


PALESTRA LEONARDO BOFF

Douglas Lima Daniel

Caros Leitores,

Tive a oportunidade de assistir, no dia 12/09/2012, a Conferência de Abertura do Congresso Internacional de Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, promovido pela Escola Superior Dom Helder Câmara, em que o Professor Leonardo Boff, Teólogo, Filósofo e Escritor, discutiu sobre os temas Ecologia, Sustentabilidade e Cultura.


Leonardo Boff começa abordando os perigos que ameaçam a vida e podem levar à extinção da raça humana. Um deles é o descaso dos Chefes de Estado com a questão ambiental ao não tomarem providências, protelando para o ano de 2015.

Boff afirma que a os temas estão interligados e que a sustentabilidade está ligada à vida e à Terra. Diz, ainda, que o maior desafio hoje é garantir a sustentabilidade da Terra. Do ponto de vista de Boff, entendo que os nossos problemas, digo nosso, pois a Sociedade é parte deste processo, não são mais regionais, vivemos um momento em que os problemas são globais.

É sabido que os seres humanos necessitam do planeta para sobreviver. Contudo, o contrário não é verdadeiro. Boff resalta que a questão é salvar a vida e não a Terra, sendo o homem o causador do caos, o centro da destruição planetária – Antropocêntrico. Somos mais do que responsáveis pela reversão deste quadro, somos responsáveis pelo planeta em que vivemos – Terra – “Gaia”, como diz Boff.

Boff lembra que a Terra, Gaia, é um super organismo vivo e que o homem e a Terra devem viver como uma única unidade, celebrando um Contrato Natural, de convivência e respeito, em que o homem pode fazer de tudo com a Terra, mas com Gaia, a Mãe Terra, deve haver amor, visto que todos os seres merecem coexistir.

Dados estes fatos, Boff pensa que o Direito deve ser visto de forma ampla, com interdependência, com sustentabilidade. O Direito deve ter energia suficiente para enfrentar os desafios que reproduzam as necessidades de todos os seres vivos.

Nos dias de hoje é certo que quase nada é sustentável e a Terra está num processo de degeneração, em que, a cada ano de exploração humana da Terra, esta gasta uma ano e meio para se recuperar. Boff alerta que é necessário ter cuidado, solidariedade e cooperação, atos construtivos e não destrutivos, para que aja sustentabilidade.

Leonardo Boff finaliza refletindo sobre o fato de que não devemos nos prender à Natureza, mas à criação. Devemos entender que somos falhos, e quando nos referimos à questão ecológica, temos um analfabetismo, e não entendemos que somos partes de um todo, e como tal, temos que criar condições e formar cidadãos conscientes do dever de perpetuar as ideias sustentáveis.

Em uma entrevista à TV Dom Total, parte integrante da Revista Eletrônica Dom Total, sobre a palestra de abertura do referido Congresso, Boff metaforiza dizendo que “[...] o velho está agonizando e não acaba de morrer e o novo está nascendo, mas também não acaba de nascer...” e “[...] os velhos deuses continuam e os novos são fracos demais para se impor [...]”. Entendo que a complexa situação em que vivemos hoje, em relação à degradação ambiental e humana, e as tentativas de reverter este quadro, encontram barreiras de continuidade e de implantação nas políticas econômicas e protecionistas. Enquanto não avançarmos para uma visão global, em que uma liderança sustentável consiga se impor, veremos a cada dia a redução dos recursos naturais e o aumento da pobreza humana. Cabe aqui, menção à necessidade da ação do Estado para garantir a assistência social, e, mais que isso, garantir que esta assistência tenha papel sustentável, ou seja, que não se esqueça de que a falta da sustentabilidade é um dos elementos causadores da degradação humana.

Entendo, ainda, que devemos criar condições para que a vida se mantenha viva, para que possamos garantir assistência às gerações futuras. E está na Assistência Social o primeiro passo para estabelecermos condições mínimas de subsistência, principalmente àqueles que sabidamente, não se sustentam por si. Concordo com Leonardo Boff, principalmente, ao se referir ao descaso dos Chefes de Estado, usando a sustentabilidade como estratégia de apoio ou de marketing da imagem. Enquanto não houver cooperação entre os líderes mundiais, ou seja, enquanto o individualismo perdurar, caminharemos para um “cheque vital”. E, neste momento, como reflete a história, lutaremos juntos para sobreviver. Contudo, podemos evitar este cenário sem danos maiores à Natureza e à Sociedade, visto que, mesmo que vençamos o “cheque vital” as consequências serão devastadoras.

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